ECUMENISMO E DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

ECUMENISMO E DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

domingo, 25 de agosto de 2013

Cardeal Tauran fala em Rimini sobre a liberdade de religião


O Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, fez um pronunciamento, na tarde desta sexta-feira, durante o Meeting de Rimini, promovido pelo Movimento Comunhão e Libertação, que se realiza sobre o tema: “Liberdade religiosa, caminho para a paz”.

O Cardeal Tauran iniciou sua conferência, citando as palavras de Bento XVI ao Corpo Diplomático da Santa Sé, em janeiro de 2006, que “condenava com firmeza o terrorismo de matriz religiosa”.

Neste sentido, o Cardeal afirmou que “a liberdade de religião é um direito fundamental; é a liberdade de manter uma relação pessoal com a transcendência; é a liberdade de praticar a própria fé em público e livremente”.

Na sociedade e no Estado, a liberdade é um direito subjetivo da pessoa e, como tal, deve ser reconhecido na ordem jurídica. Assim, o Estado moderno democrático deve ser neutro, em sentido positivo, garantindo a liberdade da pessoa e colocando-se ao serviço do bem comum. Logo, a liberdade de religião é muito mais que liberdade de culto e também de pensamento.

A liberdade de religião, explicou o Cardeal Tauran, é o resultado da determinação da consciência individual, ou seja, “a consciência como voz que impele a fazer o bem e a evitar o mal”. Isto significa que tal liberdade não deve ser imposta pelo exterior, mas apenas pela força da verdade.

Por outro lado, o Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, falou da fé como “força para se construir a paz”. Com efeito, quando se crê na dignidade da pessoa, nos seus direitos inalienáveis, no serviço ao próximo, como instrumento de crescimento da humanidade, então se entende a importância da comunidade dos fiéis na construção de um mundo pacífico.

Desta forma, os fiéis, disse o Cardeal Jean-Louis Tauran, são uma vantagem e um recurso para a sociedade: eles reforçam o bem comum, educam à fraternidade e à solidariedade, vivem um estilo de vida sóbrio, que ensina a evitar a escravidão do consumismo.

Os fiéis com a sua coerência de vida, disse por fim o Cardeal francês, conclamam para a primazia da ética sobre a ideologia, da pessoa sobre as coisas, da mente sobre a matéria. E, citando um jurista italiano, o Cardeal concluiu: “Se tirarmos a religião da sociedade, o homem se tornará uma mera mercadoria”.


Fonte: Rádio Vaticana - (Sedoc/MT)/2013-08-23

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Padre Bizon é novo cônego da Arquidiocese

Domingo, 9 de setembro de 2012, o arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, presidiu missa na catedral da Sé, onde deu posse do ofício de cônego honorífico do Cabido Metropolitano de São Paulo, ao padre José Bizon, atualmente diretor da Casa da Reconciliação e encarregado da pastoral do diálogo ecumênico e inter-religioso da Arquidiocese de São Paulo. Estiveram presentes na celebração seis cônegos pertencentes ao Cabido, padres, diáconos, seminaristas, alunos do padre Bizon, além de seus familiares e amigos.

A nomeação do cônego Bizon aconteceu no dia 21 de dezembro de 2011, festa litúrgica de são Pedro Canísio, presbítero e doutor da Igreja, após o arcebispo ter consultado e ouvido as indicações dos cônegos catedráticos que compõe o Cabido.

O cerimonial da posse de cônego teve início com a leitura do decreto arquiepiscopal de nomeação e com a profissão de fé do cônego José Bizon, que conforme costume da Igreja, ocorre sempre que são assumidos encargos ou funções.

Em seguida, o novo cônego, com a mão sobre o livro dos Evangelhos, prometeu obediência a dom Odilo, aos seus sucessores e a Santa Igreja e ainda, conservar e defender os direitos, ônus, privilégios e funções da Igreja Catedral Metropolitana de São Paulo e observar atenta e religiosamente os estatutos e costumes da Igreja presente na arquidiocese.

Por fim, dom Odilo investiu e constituiu o padre Bizon cônego da Igreja Catedral Metropolitana, absolvendo de quaisquer excomunhões, interditos e outras penas eclesiásticas que por ventura existissem sobre o nomeado, para que assim de forma lícita e valida tomasse posse do ofício concedido, entregando-lhe o anel, impondo-lhe o barrete e conduzindo-o ao lugar que lhe compete no coro do presbitério.

Fonte: O São Paulo
Créditos: Rubens Carneiro

10 Setembro 2012

 






Mensagem do Papa Francisco aos Muçulmanos por ocasião da conclusão do Ramadã ('ID AL-FITR)


Aos muçulmanos no mundo inteiro

É para mim um grande prazer transmitir-vos a minha saudação por ocasião da celebração de ‘Id al-Fitr, que encerra o mês de Ramadã, dedicado principalmente ao jejum, à oração e à esmola.

Já é uma tradição que, nesta circunstância, o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso vos transmita uma mensagem de bons votos, acompanhada por um tema oferecido à reflexão comum. Este ano, o primeiro do meu Pontificado, decidi assinar pessoalmente esta mensagem tradicional e enviá-la, estimados amigos, como expressão de estima e de amizade por todos os muçulmanos, de forma especial por quantos são chefes religiosos.

Como todos vós sabeis, quando os Cardeais me elegeram Bispo de Roma e Pastor universal da Igreja católica, escolhi o nome de «Francisco», um santo muito famoso, que amou profundamente a Deus e cada ser humano, a ponto de ser chamado «irmão universal». Ele amou, ajudou e serviu os necessitados, os enfermos e os pobres; e também cuidou intensamente da criação.

Estou consciente de que, neste período, as dimensões familiares e sociais são particularmente importantes para os muçulmanos e vale a pena observar que em cada uma destas áreas existem determinados paralelos com a fé e com a prática cristã.

Este ano, o tema sobre o qual gostaria de meditar convosco e com todos aqueles que lerem esta mensagem, e que diz respeito tanto aos muçulmanos como aos cristãos, é a promoção do respeito recíproco através da educação.

O tema deste ano tenciona ressaltar a importância da educação no modo como nos compreendemos uns aos outros, com base no respeito mútuo. «Respeito» significa uma atitude de amabilidade em relação às pessoas pelas quais nutrimos consideração e estima. «Mútuo» significa que não se trata de um processo unilateral, mas de algo compartilhado por ambas as partes.

O que somos chamados a respeitar em cada pessoa é antes de tudo a sua vida, a sua integridade física, a sua dignidade e os direitos que dela derivam, a sua reputação, a sua propriedade, a sua identidade étnica e cultural, as suas ideias e as suas opções políticas. Por isso, somos chamados a pensar, a falar e a escrever do outro de modo respeitoso, não somente na sua presença, mas sempre e em toda a parte, evitando críticas injustas ou difamações. Para alcançar esta finalidade, as famílias, as escolas, o ensinamento religioso e todos os meios de comunicação social têm um papel a desempenhar.

Quanto ao respeito mútuo nas relações inter-religiosas, especialmente entre cristãos e muçulmanos, somos chamados a respeitar a religião do próximo, os seus ensinamentos, símbolos e valores. Um respeito especial é devido aos chefes religiosos e aos lugares de culto. Quantos sofrimentos causam os ataques!

Obviamente, ao manifestar respeito pela religião do próximo ou ao transmitir-lhe os bons votos por ocasião de uma celebração religiosa, simplesmente procuramos compartilhar a sua alegria, sem fazer referência ao conteúdo das suas convicções religiosas.

No que diz respeito à educação da juventude muçulmana e cristã, temos o dever de formar os nossos jovens a pensar e falar de modo respeitoso sobre as demais religiões e os seus seguidores, evitando ridicularizar ou denegrir as suas convicções e práticas.

Todos nós sabemos que o respeito recíproco é fundamental em cada relacionamento humano, especialmente entre pessoas que professam um credo religioso. É deste modo que pode crescer uma amizade sincera e duradoura.

Quando recebi o Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, no dia 22 de Março de 2013, eu disse: «Não se podem viver verdadeiras ligações com Deus, ignorando os outros. Por isso, é importante intensificar o diálogo entre as diversas religiões; penso, antes de tudo, no diálogo com o islã. Muito apreciei a presença, durante a Missa de início do meu ministério, de tantas autoridades civis e religiosas do mundo islâmico». Com estas palavras, desejei reiterar mais uma vez a grande importância do diálogo e da cooperação entre os fiéis, de modo particular entre cristãos e muçulmanos, e a necessidade de a fortalecer.

Com estes sentimentos, renovo a minha esperança a fim de que todos os cristãos e muçulmanos possam ser autênticos promotores do respeito mútuo e da amizade, de maneira particular através da educação.

Finalmente, transmito-vos os meus melhores votos e orações, a fim de que as vossas vidas possam glorificar o Altíssimo e trazer alegria àqueles que vos circundam.

Boa festa a todos vós!

Vaticano, 10 de Julho de 2013.


FRANCISCO

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Aplicativo para se rezar em direção à Meca


Saber quando e em que direção rezar quando se está a 10.000 metros de altitude é um problema para milhões de muçulmanos, que um aplicativo para celular promete resolver.

Uma vez registrados os detalhes do vôo, o aplicativo envia um alerta com o horário das cinco orações diárias e a direção de Meca.

O aplicativo, chamado "Crescent Trips" ("Viagens da Crescente", em referência à luz crescente islâmica), será oferecido gratuitamente para iPhone por alguns meses pela Crescentrating, uma empresa de Cingapura especializada em viagens para muçulmanos, anunciou o diretor geral da companhia, Fazal Bahardeen.

"O viajante muçulmano representa provavelmente hoje em dia o mercado menos explorado de toda a indústria do turismo", afirmou o diretor operacional da Crescentrating, Dany Bolduc.

"Não pensamos nele como deveríamos, levando em consideração o tamanho e o imenso potencial deste mercado", explicou.

O mercado turístico muçulmano tem uma taxa de crescimento superior a outros segmentos. Deve alcançar 192 bilhões de dólares por ano até 2020, contra 126 bilhões em 2011, segundo um estudo do ano passado da Crescentrating e da DinarStandard, uma empresa americana.


Fonte: Dom Total / AFP