O Presidente do Pontifício Conselho para o
Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, fez um pronunciamento, na
tarde desta sexta-feira, durante o Meeting de Rimini, promovido pelo Movimento
Comunhão e Libertação, que se realiza sobre o tema: “Liberdade religiosa,
caminho para a paz”.
O Cardeal Tauran iniciou sua conferência,
citando as palavras de Bento XVI ao Corpo Diplomático da Santa Sé, em janeiro
de 2006, que “condenava com firmeza o terrorismo de matriz religiosa”.
Neste sentido, o Cardeal afirmou que “a
liberdade de religião é um direito fundamental; é a liberdade de manter uma
relação pessoal com a transcendência; é a liberdade de praticar a própria fé em
público e livremente”.
Na sociedade e no Estado, a liberdade é um
direito subjetivo da pessoa e, como tal, deve ser reconhecido na ordem
jurídica. Assim, o Estado moderno democrático deve ser neutro, em sentido
positivo, garantindo a liberdade da pessoa e colocando-se ao serviço do bem
comum. Logo, a liberdade de religião é muito mais que liberdade de culto e
também de pensamento.
A liberdade de religião, explicou o Cardeal
Tauran, é o resultado da determinação da consciência individual, ou seja, “a
consciência como voz que impele a fazer o bem e a evitar o mal”. Isto significa
que tal liberdade não deve ser imposta pelo exterior, mas apenas pela força da
verdade.
Por outro lado, o Presidente do Pontifício
Conselho para o Diálogo Inter-religioso, falou da fé como “força para se
construir a paz”. Com efeito, quando se crê na dignidade da pessoa, nos seus
direitos inalienáveis, no serviço ao próximo, como instrumento de crescimento
da humanidade, então se entende a importância da comunidade dos fiéis na
construção de um mundo pacífico.
Desta forma, os fiéis, disse o Cardeal Jean-Louis
Tauran, são uma vantagem e um recurso para a sociedade: eles reforçam o bem
comum, educam à fraternidade e à solidariedade, vivem um estilo de vida sóbrio,
que ensina a evitar a escravidão do consumismo.
Os fiéis com a sua coerência de vida, disse por
fim o Cardeal francês, conclamam para a primazia da ética sobre a ideologia, da
pessoa sobre as coisas, da mente sobre a matéria. E, citando um jurista
italiano, o Cardeal concluiu: “Se tirarmos a religião da sociedade, o homem se
tornará uma mera mercadoria”.
Fonte: Rádio Vaticana - (Sedoc/MT)/2013-08-23